Por Nilton Taveira
Os departamentos jurídicos passaram os últimos anos sendo abastecidos por empresas de tecnologia, que oferecem dados e informações, geralmente, provenientes de fontes públicas disponíveis pelos sistemas do judiciário, o chamado Big Data. Em sua 16ª edição, o Relatório Justiça em Números 2020 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostra que o ano de 2019 encerrou com 77,1 milhões de processos em tramitação, de modo que 62,9 milhões estão em andamento. Para efeito de comparação, apenas na Justiça do Trabalho, no ano de 2019, foram 3,5 milhões de novos processos. A capacidade das empresas de absorverem e entenderem os dados é exponencialmente menor que a quantidade de dados produzidos. O Gap Analítico, que mede as diferenças entre o que é gerado de dados e a capacidade de análise desses mesmos dados, destrói o valor da companhia por ignorar oportunidades de criar novas fontes de receita ou evitar custos desnecessários. Isso pode ser visualizado melhor no último relatório anual, da NewVantage Partners, de 2021, que demonstrou que somente 39,3% das empresas analisadas gerenciam dados como ativo, sendo que apenas 24% criaram uma organização voltada aos dados. Apesar disso, o mesmo estudo indicou que 99% das empresas tradicionais expandiram seus compromissos e investimentos em dados, sendo que 65% já possuem um Chief Data Officer (CDO) e 96% criam relatórios de resultados. Tão importante quanto a capacidade de produção e armazenamento dados, é a capacidade de interpretação e utilização deles para geração de valor para a companhia. A gestão dos dados com o objetivo de gerar valor não pode ser diferente na área Jurídica, em especial no chamado contencioso de massa. A aplicação de uma visão mais genérica e pragmática na condução da carteira não pode ignorar as joias escondidas em seu interior. Através da correta interpretação do ambiente e circunstâncias onde os dados foram gerados, e do correto relacionamento entre Big Data (dados dos Judiciário) e Small Data (dados da empresa) é possível obter os insights necessários para confirmar o modelo atual ou propor novas formas de condução, sempre baseadas em dados concretos, com o objetivo principal de gerar valor. Os dados são tímidos, precisam ser incentivados a falar. Porém eles não podem ser torturados para dizer o que queremos ouvir. A capacidade de interpretação está baseada na utilização das ferramentas corretas por pessoas qualificadas e experientes. É assim que trabalhamos aqui no EGS Advogados, experiência e competência apoiada pela melhor tecnologia jurídica sempre disponível para nossos clientes.

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